domingo, 16 de maio de 2010

Ele ficou com outra. E agora?


“Quem nunca traiu ainda vai trair e quem nunca foi traído ainda vai ser”, diz o ditado popular. É mesmo difícil encontrar alguém que não conheça pelo menos uma história de traição, seja própria ou de amigos. O mundo moderno e a liberdade do “ficar” facilitam ainda mais aquelas “puladinhas de cerca”, tanto para meninos, como para meninas.

A psicóloga Ana Lúcia de Oliveira explica que a traição acontece em todas as faixas etárias e que não há como generalizar o porquê dessa escolha. Ela acredita que, apesar da vulnerabilidade das relações atuais, a maioria dos jovens ainda quer ter uma pessoa fixa. “Os jovens gostam de ficar, mas o que eu percebo no meu consultório é que a maioria ainda quer ter uma pessoa fixa. Quem trai é porque não quer ter uma relação mais séria e se engana. Os motivos para uma traição variam de pessoa para pessoa, mas na maior parte das vezes acontece porque houve atração sexual por outra pessoa ou por causa de infelicidade na relação”, diz Ana Lúcia. Para quem passar por isso, ela recomenda que reflita a importância da relação em sua vida e tente descobrir o que pode ter causado a traição.

Darlla, de 19 anos, já sofreu duas vezes com essa situação. Depois de ser traída pelo primeiro namorado, teve que passar por tudo de novo recentemente. “A minha primeira experiência com traição foi muito dolorosa, fui pega de surpresa. A segunda aconteceu há pouco tempo e, apesar de eu já ter passado pela situação, foi mais traumática, porque nós tínhamos uma relação muito boa e conversávamos sobre tudo. Ele pulou a cerca duas vezes. Na primeira, eu perdoei porque o amava. Na segunda, peguei ele transando com outra e terminei. Passei tão mal que tive que ir para o hospital. Fiquei com nojo”, desabafa.

Pior ainda é quando acontece uma dupla traição. Imagine encontrar o seu namorado com uma amiga... Laís* passou por isso aos 12 anos. Hoje, aos 14, diz que superou completamente a tristeza e está muito bem ao lado de outra pessoa. “Quando eu peguei em flagrante, ele me deu uma desculpa esfarrapada e falou que a minha amiga é que tinha beijado ele. Nunca mais falei com nenhum dos dois. Não foi traumatizante, mas fiquei, sim, muito triste, principalmente porque continuei gostando dele. Depois que fiquei com alguns meninos, deixei meu ex para lá, segui minha vida e fui adiante”, conta.

Tem perdão?

Muita gente diz que jamais perdoaria uma traição, mas, às vezes, vale a pena deixar o orgulho de lado e passar por cima do que aconteceu para ser feliz ao lado da pessoa amada. Bianca*, de 18 anos, não se arrepende de ter tomado essa decisão. “Depois de pouco tempo de namoro, meu namorado me traiu. Eu perdoei porque o amo muito e ele fez de tudo para voltar comigo. Não me arrependo. Já estamos juntos há dois anos e somos muito felizes”, diz a jovem.

Perdoar ou não uma traição é uma escolha pessoal e depende muito da situação e do nível em que se encontra o relacionamento. O mais importante na hora em que se descobre a infidelidade é não ferir o amor próprio e pensar muito antes de tomar uma atitude. Para que armar um barraco se, no fim, a maior prejudicada será você mesma? O melhor é seguir em frente e encontrar alguém confiável que te faça feliz.

*Os nomes foram alterados a pedido das entrevistadas

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